Forte dispositivo policial nas ruas de Guiné - Bissau
Um forte dispositivo policial foi enviado para a zona da capital guineense, Bissau, onde está prevista a realização de uma marcha para exigir a demissão do Primeiro-ministro e onde estão já reunidos dezenas de manifestantes.
A marcha, marcada que começou às 09:00 locais na zona da Chapa de Bissau, a cerca de um quilómetro do centro da capital, na estrada que liga ao aeroporto e que está cortada ao trânsito.
O protesto foi convocado por vários partidos da oposição guineense, que ignoraram os apelos do Presidente do Parlamento, Raimundo Pereira, para o adiamento da marcha, que pretende exigir a demissão do Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e pedir justiça relativamente aos recentes assassínios políticos no país.
Em reacção, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), no poder, emitiu um comunicado acusando a oposição de pretender "o assassínio e a eliminação política e física" do primeiro-ministro.
Os elementos da Polícia de Intervenção Rápida destacados para o local da marcha de hoje estão munidos de bastões e de gás lacrimogéneo, mas não estão armados.
Os organizadores da marcha estão a apelar às pessoas que participem e garantem que estão reunidas condições de segurança para a realização do protesto. Além da estrada cortada na zona do protesto, a vida na capital guineense decorre com normalidade e fonte governamental disse à Lusa que o Primeiro - ministro se encontra no seu gabinete a trabalhar.
Em declarações à Lusa esta semana, o presidente interino do Partido da Renovação Social, maior força da oposição na Guiné-Bissau, Sori Djaló, garantiu que a marcha de protesto é pacífica. "Eu acredito que não haverá nenhum perigo porque nós antecipadamente dissemos que vai ser uma marcha pacífica, portanto vai ser uma marcha pacífica", afirmou Sori Djaló.
O presidente interino do PRS alertou contudo que é preciso não haver provocações. "O perigo é se o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) vier a contestar esta marcha com um outro grupo. Ai é que está o perigo", disse. Por seu lado, o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o guineense Domingos Simões Pereira, disse na quarta-feira à Lusa que está "muito preocupado com as notícias sobre uma nova agitação política na Guiné-Bissau. Segundo Simões Pereira, uma nova
instabilidade pode "comprometer o esforço internacional de apoio e passar uma imagem de irresponsabilidade do país.
Fonte:Angola Press 14.07.2011